A nossa falta de consciência é tanta que nem sabemos o porque de estarmos aqui neste instante, não sabemos quem somos. Porque estamos passando por isso? E passamos a vida dizendo: Porque só comigo?.
Com isso vem o desespero, às lamentações, são dores atrás de dores, sofrimentos e mágoas, a vida tornou-se uma guerra, mas ainda continuamos perdidos na escuridão da caverna, e quando cansamos de andar, escorregando, caindo e se machucando, quando as forças não mais existirem, como fuga da derrota anunciada, nós nos condicionamos a agir como nossos antecessores, cobraremos dos que virão depois de nós a realizações daquilo que não fomos capazes de realizar , e de cima das nossas frustrações diremos como se vive, como se faz, e até fingiremos ter encontrado e ainda possuir a Felicidade, mas nunca a mostraremos, porque nunca a sentimos de verdade, e nem sabemos como é o seu formato, sua cor ou seu cheiro, só tivemos sensações que achávamos ser ela, mas logo descobrimos que mais uma vez era somente algo tão frágil quanto a nossa resistência em procurar, mas não podemos admitir que somos mais alguém que nasceu , cresceu e vai morrer vazio . Por isso continuamos escondendo as dores que nos revela quem somos e como nos vemos no intimo, isso faz com que comecemos a procurar uma saída, e a saída quem sabe seria depositar nos outros a esperança de encontrar e trazer para nós a nossa felicidade, e quando encontramos alguém que pensamos ser diferente de nós, alguém que seja vencedor e forte, falamos aqui deve está a minha felicidade, então nos iludimos dizendo: - você vai me fazer feliz mas como não conseguimos fazer muito por nós mesmos, acreditamos então que outra pessoa possa, na verdade é uma transferência de responsabilidade, falamos inconscientemente para nós mesmos eu nunca fui nem sou capaz sozinho, mas existe alguém que pode fazer isso por mim, essa pessoa dividirá comigo o mapa secreto para felicidade, então nos colocamos a disposição dessa pessoa e passamos a viver em torno dela, no começo tudo parece normal, achamos que podemos controlar, mas o tempo também nos maltrata e diz que ainda não encontramos nada, então nos apegamos cada vez mais a essa pessoa, fazemos dela o centro de nossas vidas, passamos a nos limitar, tudo isso para evitar se olhar e ter que admitir que também não encontrou nada, então nos jogamos de corpo e alma neste relacionamento na esperança de não viver a mesma coisa que outros já viveram, pessoas como nossos pais, amigos e conhecidos, que convivemos no dia a dia e sentimos com suas brigas , suas mútuas cobranças e mágoas, que são pessoas descrentes profundamente tristes e carentes, algumas com o tempo tornaram-se frias.
Tudo isso parece um quadro desbotado, onde não entendemos muito bem, e nem queremos entender, preferimos não fazer comparação com nossas vidas, a principio é mais conveniente pensar que foram elas que não souberam caminhar, que não encontraram a pessoa certa, não tiveram a mesma sorte, isso nos dar forças e nos convence de que vale a pena caminhar dessa maneira, que não encontramos a felicidade mas a sorte com certeza, com isso passamos a justificar tamanha submissão.
Para melhor aceitarmos essa atitude dizemos que tudo isso se chama amor, então iludidos dizemos: – eu te amo, sem você eu não sei viver, você é tudo pra mim, você me faz feliz, e a dependência aumenta, e o tempo também, e como passamos a maior parte do tempo olhando pra baixo, nosso horizonte não nos mostra nada de interessante, isso também ajuda na falta de percepção e nem sequer teremos consciência em que exato momento aquela pessoa que ficamos a disposição começou a deixar de existir, quando nos damos conta estamos orbitando em torno do nada, aquela pessoa não existe mais, transformou-se, sumiu. Ai bate o desespero, a frustração e o vazio, começamos a descer a níveis perigosos de depressão e começamos uma viagem através de um buraco negro, que nos atrai e nos tira as forças e como uma avalanche desce sobre nós a certeza que não conseguiremos jamais e que nunca sairemos daquele lugar. Nos envergonhamos de nós mesmos, abaixamos ainda mais a cabeça e nos julgamos os últimos, sem merecimento, o perdedor, nos tornamos mais vulneráveis as situações e decisões precipitadas, então grandiosos grupos se formam.
O primeiro: os que partem para as buscas desesperadas, como loucos começam a pensar que não resta mais nada, não tem mais nada a perder, que então vai protagonizar o outro lado da historia, pensa: – não vou mais se bobo vou fazer o que fizeram comigo, trazendo da mais distante profundidade sentimento destrutivos que nem mesmos essas pessoas pensavam ter, dessa forma sem controle de si mesmo passam a se expor cada vez mais, buscam fugas passageiras para enganar suas dores, sua mascaras são usadas sempre para esconder suas cicatrizes, dizem-se felizes, auto-suficientes, mas tudo isso age como fracos analgésicos, seu tempo de duração é pequeno, e só tem efeito em publico, mas logo que está sozinho deixa de fazer efeito, essas pessoas olham suas cicatriz e percebem que nada mudou e se sentem sozinhos novamente dentro daquela caverna. Só existe sua mascara como escudo, mas mesmo ela já não consegue ser o suficiente e ai o pior pode acontecer, com a mente perdida sem encontrar um alicerce, começa a buscar novas fugas,e o pior que essas fugas podem levá-los ainda mais para dentro da caverna da sua vida e causar-lhes seqüelas de todas as ordens, como o alcoolismo, drogas, prostituição, doenças físicas, concretismo, etc... Dias se passam e parece que nada muda, e você não sabe mais quem é e a vida perde o sentido e começa a caminhar dentro de um vazio, e sua consciência se contenta com fleches de acontecimentos vividos, como num mosaico incompleto de suas peças, essas pessoas juntam as poucos pedaços da sua realidade menos dolorida e dizem ter encontrado algo, que na verdade não passa de quase nada.
O outro grupo se afasta de tudo, buscam os isolamentos e de lá vivem acuados com medo de tudo e todos, olham o mundo através de uma vidraça embaçada onde só se podem ver os vultos das pessoas, pra eles todos os vultos são iguais e perigosos, não vale mais a pena arriscar, e começam a passar por um processo de aceitação da própria miséria e achá-la natural, introvertidos e cabisbaixos vivem como zumbis, com sorrisos amarelos e olhar quase fúnebre, mas dizem ou tentam passar que está tudo bem mas suas vidas perderam a cor, tendência suicidas pairam sobre suas mentes, isolados deixaram suas mascaras de lado e mergulharam nas suas frustrações e tomam pra si uma personalidade triste e melancólica, inconscientemente caminham em busca do nada, e vivem a fugir da vida e buscam os que se assemelham a eles e de lá olham pra vida como se fosse um campo minado.
Há aqueles que não aceitam de forma nenhuma a situação e surtam, começam então uma caça as bruxas de destruição mútua, do tipo se eu não posso encontrar a felicidade, você também não a terá, e constroem verdadeiros infernos com tendência as desgraças, transforma o antigo amor e razão da felicidade em inimigo mortal.
Alguns ainda se submetem a humilhação plena e vivem como serviçais, escravos, arrastam-se a vida toda atrás daquilo no qual eles investiram tudo, e agora acha não ter mais tempo, coragem, chance, merecimento nesta vida, portanto o melhor é ficar do jeito que está, comendo migalhas, e pensando – pelo menos eu tenho isso.
Em todos os casos existe um vazio que não consegue ser preenchido, a maioria como uma forma de não aceitar sua própria responsabilidade por esse estagio da vida, começa a dizer:
- A vida não me deu oportunidades suficiente.
_ Outros tiveram mais chance do que eu.
– a culpa da minha vida está assim foi do fulano (a)
- Perdi por causa do sicrano (a) perdi tantos anos da minha vida
- Já passei ou passo tanta coisa por causa de você.
- Sofro ou sofri tanto por causa de ti.
- etc. etc....
AMADURECER OU ENVELHECER?
No primeiro dia na Universidade nosso professor se apresentou e nos pediu que procurássemos conhecer alguém que não conhecíamos ainda.
Fiquei de pé e olhei ao meu redor, quando uma mão me tocou suavemente no ombro. Era uma velhinha enrugada cujo sorriso lhe iluminava todo seu ser.
· Oi gato, meu nome é Rose. Tenho oitenta e sete anos. Posso te dar um abraço?
Ri e lhe respondi com entusiasmo:
· Claro que pode!
Ela me deu um abraço muito forte.
· Por que a senhora está na Universidade numa idade tão jovem, tão inocente?
Perguntei-lhe.
Rindo, respondeu:
· Estou aqui para encontrar um marido rico, casar-me, ter uns oito filhos, e logo me aposentar e viajar.
· Eu falo sério – disse-lhe.
Queria saber o que a tinha motivado a afrontar esse desafio na sua idade. E ela disse:
· Sempre sonhei em ter uma educação universitária e agora vou ter!
Depois da aula caminhamos ao edifício da associação de estudantes e compartilhamos uma batida de chocolate.
Nós nos fizemos amigos em seguida. Todos os dias durante os três meses seguintes saímos juntos da classe e falamos sem parar. Fascinava-me escutar esta " máquina do tempo". Ela compartilhava sua sabedoria e experiência comigo.
Durante esse ano Rose se fez muito popular na Universidade, fazia amizades aonde ia. Gostava de vestir-se bem e se deleitava com a atenção que recebia dos outros estudantes. Desfrutava muito.
Ao terminar o semestre convidamos Rose para falar no nosso banquete de futebol. Não esquecerei nunca o que ela nos ensinou nessa oportunidade.
Logo que chamaram seu nome ela subiu ao palco e, quando começou a pronunciar o discurso que tinha preparado de antemão, caíram no chão os cartões onde tinha os apontamentos .
Frustrada e um pouco envergonhada se inclinou sobre o microfone e disse simplesmente:
- Desculpem que eu esteja tão nervosa. Deixei de tomar cerveja pela quaresma e este whisky está me matando! Não vou poder voltar a colocar meu discurso em ordem, assim, se me permitem, simplesmente vou dizer-lhes o que sei.
Enquanto nós ríamos, ela aclarou a garganta e começou:
- Não deixamos de brincar só porque estamos velhos; ficamos velhos porque deixamos de brincar. Há só quatro segredos para manter-se jovem, ser feliz e triunfar. Temos que rir e encontrar o bom humor todos os dias. Temos que ter um ideal. Quando perdemos de vista nosso ideal, começamos a morrer. Há tantas pessoas caminhando por aí que estão mortas e nem sequer sabem!
Respirou profundamente e começou:
- Há uma grande diferença entre estar velho e amadurecer. Se vocês tem dezenove anos e ficam na cama um ano inteiro sem fazer nada produtivo se converterão em pessoas de vinte anos. Se eu tenho oitenta e sete anos e fico na cama por um ano sem fazer nada terei oitenta e oito anos. Todos podemos envelhecer. Não requer talento nem habilidade para isso. O importante é amadurecermos encontrando sempre a oportunidade na mudança. Não me arrependo de nada. Os velhos geralmente não se arrependem do que fizeram, senão do que não fizeram. Os únicos que temem a morte são os que tem remorso.
Terminou seu discurso cantando "A Rosa". Nos pediu que estudássemos a letra da canção e a colocássemos em prática em nossa vida diária.
Rose terminou seus estudos. Uma semana depois da formatura, Rose morreu, tranqüilamente enquanto dormia.
Mais de dois mil estudantes universitários assistiram às honras fúnebres para render tributo à maravilhosa mulher que lhes ensinou com seu exemplo que nunca é demasiadamente tarde para chegar a ser tudo o que se pode ser.
"Não esqueçam que ENVELHECER É OBRIGATÓRIO; AMADURECER É OPCIONAL".
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