domingo, 10 de fevereiro de 2008

As Industrias e a Qualidade Total.

Na primeira metade dos anos 80 o ambiente competitivo americano mudou significativamente. Ocorreu uma revolução na organização e tecnologia das operações industriais que deixou alguns produtos americanos tecnologicamente defasados e numa posição competitiva precária.
Inicialmente os americanos pensaram que os produtos estrangeiros, principalmente os japoneses fossem fruto dos baixos salários pagos no exterior, mas não tardou para eles perceberem que estavam no limiar de uma revolução nas operações industriais.
A revolução foi desencadeada por práticas inovadoras desenvolvidas pelos japoneses durante os anos 70, e pela disponibilidade de novas tecnologias que reduziam significativamente o nível de mão-de-obra direta dos produtos manufaturados. Na dianteira da revolução estavam novas práticas enfatizando o
controle de Qualidade total, sistemas just in time e sistemas de fabricação integrada por computador.
Campos (1992) destaca que o Controle de Qualidade
Total é um sistema administrativo aperfeiçoado no Japão, a partir de idéias americanas ali introduzidas logo após a Segunda Guerra Mundial. O sistema é conhecido no Japão sob a sigla TQC (“Total Quality Control”). Destaca ainda abaixo o princípio da abordagem gerencial do TQC:

O Controle de Qualidade Total é regido pelos seguintes princípios básicos:

a. Produzir e fornecer produtos e/ou serviços que atendam concretamente as necessidades do cliente;
b. Garantir a sobrevivência da
empresa através do lucro contínuo adquirido pelo domínio da qualidade;
c. Identificar o problema mais crítico e solucioná-lo pela mais alta prioridade;
d. Falar, racionalizar e decidir com dados e com base em fatos;
e. Gerenciar a empresa ao longo do processo e não por resultados;
f. Reduzir metodicamente as dispersões através do isolamento de suas causas fundamentais;
g. O
cliente é o rei. Não permitir a venda de produtos defeituosos;
h. Procurar prevenir a origem de problemas;
i. Nunca permitir que o mesmo problema se repita pela mesma causa;
j. Respeitar os empregados como seres humanos independentes;
k. Definir e garantir a execução da visão e estratégia da alta direção da empresa.

O TCQ é uma abordagem amplamente consagrada tem prestado significativa contribuição as empresa na busca da excelência e de padrões globais de qualidade.

Atualmente o Setor Alimentício Apresenta Uma Necessidade Crescente de Técnicas de Qualidade e Produtividade Direcionadas à Seus Processos Produtivos Ligados à Qualidade Intrínseca do Produto, então todos tentam se preparar implantando sistemas como Appcc Análise de Perigos em Pontos Críticos de Controle.

As portarias n° MS 326/97 de 30/07/97 e MAA 368/97 de 04/09/97 se aplicam a todos os estabelecimentos produtores na área de alimentos e têm como objetivo estabelecer as orientações necessárias para elaboração das Boas Práticas de Fabricação definindo parâmetros de qualidade e segurança ao longo da cadeia alimentar e estabelecendo procedimentos de obediência aos parâmetros definidos.

Implementação do Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Point),
O Sistema APPCC foi desenvolvido para garantir a produção de alimentos seguros à saúde do consumidor. Está embasado num processo de melhoria continua, e por estar associado às Boas Práticas de Fabricação, tem-se revelado como um importante instrumento no sistema de Gestão da qualidade nas indústrias de alimentos e produtores de alimentos em geral, sendo ainda compatível com sistemas da série ISO 9000 e Qualidade Total.

Assegurando Garantir a Qualidade do Produto Final Através da Eliminação Redução e Prevenção dos Riscos Associados Aos Pontos Críticos O Controle é Efetuado Executando Ações Corretivas e Preventivas Cabíveis Evitando Assim a Ocorrência de Perigos Químico Físico Microbiológico e Ou Ambiental Que Porventura Poderão Acarretar Danos à Saúde do Consumidor, mas tal sistema só poderá acontecer de verdade se as mentes a frente das indústrias estejam envolvidas no processo de Melhoria Continua. Apesar de ser um conceito já bastante falado, e repetido pela imprensa, ainda é impressionante a quantidade de empresas, principalmente de médio e pequeno portes, e até algumas que já estão entrando no campo das grandes, que não as conhecem o suficiente, ou que não as aplicam. E, com isso, estão perdendo grandes quantidades de dinheiro e clientes.
A Melhoria Contínua não é um instrumento a ser utilizado em determinados momentos, mas um conceito que exige a revisão do modo de gestão de sua empresa.
Seus conceitos e técnicas não são complexos e ela traz resultados perenes.
Mas, para isso, deve ser aplicada por todos, no dia-a-dia de sua empresa. Isto, é claro, não se faz por decreto. É preciso formar grupos de trabalho e capacitá-los em ferramentas da qualidade.

Pois a idéia base dos sistemas é exatamente Gerenciar Seus Processos Com Maior Eficácia Eficiência Adaptabilidade e Flexibilidade, o que o faz apenas uma parte da melhoria continua, por isso é necessário que os gestores das empresas também estejam envolvidos diretamente na Melhoria Continua, caso contrário ele travará o crescimento da empresa e a Melhoria Continua não acontecerá, será apenas uma máscara, não se pode ter arrogância ou vaidades que venham atrapalhar o processo de crescimento da empresa, pois dados relevantes a atuação de tais sistemas vem para serem Aliados à Procedimentos Operacionais Voltados Para Um Comportamento de Melhoria Contínua Com Ênfase no Gqt Gerenciamento da Qualidade Total e no Cqt Controle da Qualidade Total, que vai além das analises ou certificações. Ainda temos um olhar que pouco exploramos dentro da verdadeira qualidade total que acredito, que é forma como os colaboradores são tratados dentro das empresas, seja através dos assédio morais, ou da quebra de direitos básicos, existem empresas que parecem verdadeiros navios negreiros, que usam a Mão de obra de forma exploratória, impondo cargas de trabalho fora dos padrões legais e humanos, não acredito em qualidade total sem que essa qualidade não passe pela qualidade de vida das pessoas que de fato geram a riqueza e fazem com que processos e sistemas dêem certo. Já seria hora dos clientes, sejam no mercado nacional ou internacional, exigissem além das BFP,PPHO,MRA, ISO, APPCC, também um controle maior sobre o tratamento que se é dado as pessoas dentro das empresas, Quem sabe um ATH (Avaliação do Tratamento Humano).

Nonato Santiago